Plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho.
Plantei mais que uma árvore das quais não tenho notícias, nem lembranças, mas tenho outras, espalhadas por aí que me deram sombra, oxigénio, me encheram a vista e a alma.
Escrever um livro… isso está a ser difícil… escrever uns textos de itinerários de viagens, umas descrições da natureza ou de monumentos, uns artigos para uns blogues, uns poemas para musicar ou umas frases para pensar, ainda tenho conseguido, agora um livro… isso está longe, muito longe… tentei já começar alguns dois ou três, mas a tarefa é complicada, senão também todos éramos escritores e isso na verdade não é bem assim.
Filhos, tenho três, aos quais não pude dar aquilo que ansiava, fui dando enquanto pude e sei que alguma coisa foi ficando, estou certo, amor sempre dei e continuo a ter para eles, mas gostava de dar mais… eu tinha que ter dado mais… ainda estou a tempo… é para isso que luto e vou ainda buscar energias onde não sabia que tinha, mas tenho porque para eles, eu tenho tudo!
Sempre pensei que gostaria de ter muitos filhos, claro sendo filho único, é natural, não? Penso que sim. Além disso, os meus filhos, além de filhos, seriam como os irmãos que eu não tive, e, eu poderia ser o pai que não pude ter.
Não por culpa dele, porque tive um grande pai, mas porque as circunstâncias da vida assim não o permitiram, era assim a vida naqueles tempos, nem férias tinha, ia trabalhar de manhãzinha, ainda eu dormia, e voltava tão tarde que eu já estava deitado.
Passávamos pouco tempo juntos, mas era bom, muito bom, gostava muito, e, do Natal, da Passagem de Ano, as prendas no Natal…
Nunca me insurgi por sentir a sua falta, porque na verdade nunca senti, mas sem perceber porquê, por uma vez e nem sei porque o fiz, nunca contei isto a ninguém, quando ele mais precisou de mim… e deu-me tudo… mas quando mais necessitou de mim… eu não estava lá… definitivamente, não fui um bom filho… não sei se alguma vez me vou conseguir perdoar.
Não o pude acompanhar devidamente nos seus últimos dias, por acaso dos acasos que a vida nos apronta, a minha mãe doente por um lado, eu por outro e assim separados, ele partiu sem a nossa presença, mas com o nosso amor.
Nunca fiz planos, nem estratégias organizadas para a minha vida, sempre deixei correr e gozei a vida conforme me foi oferecida, o que tive foram sonhos do que gostaria de ser… do que gostaria de saber… do que gostaria de conhecer… do que gostaria de assistir no futuro… sim, o que seria o futuro?
Fazia contas a que idade teria no ano 2000, pensava de como seria o mundo nesse ano longínquo, e, muito importante, apesar de não ter planos para o futuro, tinha um objetivo, trabalhar muito como o meu pai fazia, mas parar ou passar a trabalhar menos, a partir de uma idade que ainda me permitisse gozar a vida com os meus filhos, as árvores que plantara e escrever o tal livro de que ouvira falar.
Talvez a minha educação e formação em África aliada à que os meus pais me deram me tenham proporcionado uma visão do mundo sem linha de horizonte à vista desarmada, uma capacidade de entender o espaço e o tempo de uma forma especial, a influência dos amigos que tive, deram-me uma dimensão de amizade e solidariedade ainda compostas por uma liberdade de ‘curtir’ muito boa música, com influência do ritmo dos sons africanos, mas na maioria de origem americana, inglesa e brasileira, a portuguesa veio muito mais tarde através do som de intervenção.
Mas a que propósito vem a música agora para aqui chamada, é simples, é que além das canções de puro entretenimento, os temas estavam muito ligados a questões políticas, sociais ou ambientais, com letras bem fortes e que passavam o crivo da censura, não sei se por ser longe da capital ou por falta de conhecimento de idiomas estrangeiros dos censores.
Foi assim que, desde muito cedo, estabeleci contato com realidades que me marcaram, como a guerra do Vietname e tudo o que rodeava esse acontecimento, com a grave crise da criação do Bangladesh e outras situações, por exemplo em África, no Médio Oriente, assim como por todo o mundo, envolvendo crianças, fome, subnutrição, tanto que começou a despertar-me para o que verdadeiramente seria o nosso papel, o de Portugal, em África.
Assisti, ainda antes de viajar para Lisboa, a um terrível flagelo, esse sim ao vivo e que nunca me saiu da mente, como voluntário no hospital da agora Maputo, à porta do serviço de urgência ajudei a separar corpos de crianças dos de adultos, de mortos e de feridos que chegavam amontoados em carrinhas de caixa aberta, que só circulavam nos arruamentos fora dos bairros de ‘palhotas’, porque lá dentro era o Inferno e ninguém queria entrar.
Os corredores do hospital estavam repletos de gente no chão, uns gemendo, outros gritando, mães chamando pelos filhos e filhos chamando pelas mães, não quero, nem estou aqui a fazer juízos de valor, nem me interessa, mas fora do hospital, numa das vezes que parávamos para respirar um pouco, um individuo de camisa camuflada perguntava se estavam a chegar ‘muitos’ e ao mesmo tempo levantava parte da roupa mostrando uma arma… ainda iam ali vangloriar-se, em nome de quê?
A mudança para Lisboa, embora radical em todos os sentidos, veio apanhar-me numa idade de transformação pelo que não terei sentido tanto o que agora sinto, ficando triste pelos meus amigos de quem me iria separar, dos locais que me diziam tanto, mas a vida iria continuar e mais tarde havia sempre a possibilidade de nos reencontrarmos, o que naquele momento se colocava a muito curto espaço de tempo, não tinha mesmo noção...
Outros atrativos surgiram, novos amigos e interesses foram aparecendo, mantinha-se o contato com alguns dos antigos amigos e colegas, esporádicos, mas que dava para matar a saudade, com outros mantive-me em grupo e prosseguimos juntos.
De resto, tudo parecia evoluir bem, aparentemente, tive uma profissão de que muito gostei e não estou nada arrependido de a ter exercido, permitiu-me conhecer meio mundo, com olhos de ver, ouvidos de escutar, pude sentir novos odores, saborear novos alimentos e de sentir todas as emoções que faziam sentido em todo o meu ser.
Mas… a partir de certa altura comecei a sentir uma certa dúvida, muito se falava de ‘Yuppies’, dos jovens da minha geração que se integravam no mercado de trabalho e que outrora tinham ideias similares às minhas, no geral, pensava eu, pois toda aquela geração teve as mesmas influências, uns mais que outros, uns num sentido, outros em sentido diferente… comecei a ver colegas meus que partilhavam os mesmos conhecimentos e ideias que eu, a agir de forma estranha, querendo ocupar lugares profissionais, o que era perfeitamente natural, mas mantendo os modelos que tanto criticaram antes, não faziam a diferença, por vezes atuavam de forma até mais agressiva e competitiva sem olhar a meios para atingir os fins.
Não era nada comigo, continuei o meu caminho e fui trabalhando, entregando-me por completo, sem sentir qualquer pressão para além do normal na atividade de técnico de turismo, que tinha sido a minha opção e bem, embora uma segunda, pois o meu propósito era ir para Direito e seguir Direito Internacional, assim não se proporcionou e foi sem atritos que em boa hora entrei para o curso de Turismo.
Profissionalmente, pelo meu trabalho, pelo meu feitio e adaptação aos vários desafios que se me colocavam, com um pouco de sorte, que também é sempre necessária nestas coisas, pelas pessoas que fui encontrando pelo caminho, fui podendo evoluir e ir introduzindo alguns métodos novos, alterar comportamentos, sendo aceite pacificamente, sem chocar, cuidado que sempre tive pois nunca foi o que procurei, o conflito ou confronto, sempre me fui comportando dentro dos meus princípios e valores, tanto profissionalmente, como na minha vida pessoal, mantendo o meu espírito de liberdade, bom humor, desejoso de uma boa festa, uma boa companhia para conversar até às tantas, mas responsável, respeitando e tendo consideração pelos outros.
Sei que não fui só eu a fazê-lo, mas também tenho a noção de que fui um dos principais influenciadores nesse campo, tal como na introdução de novos destinos turísticos em Portugal, assim como de novos produtos turísticos.
Mas e começava a adivinhar que a minha liberdade de movimentos teria um fim, a certa altura senti alguma pressão por parte de alguns colegas para que me fosse absorvendo pelo que estava instituído, pelo ‘vamos deixar assim, senão temos que fazer sempre mais ainda’, mas era isso que eu gostava na vida e na minha atividade profissional.
Então vem ao de cima o choque de mentalidades, a minha inadaptação pelo que a vida realmente é, porque afinal, nada mudou, os sonhos de outrora, quase todos os esqueceram, deixaram-se enredar por uma sociedade ávida de dinheiro, consumo, centros comerciais em vez de ar livre, o virar a cara à pobreza, à fome, ao mal dos outros e já tínhamos tido um 25 de Abril em Portugal, as mentes estavam abertas, as novas tecnologias todos os dias apresentavam novidades, o mundo ficava mais pequeno, as notícias boas e más chegavam-nos mais depressa, por isso, na verdade, fomos egoístas, virámos a cara e assobiámos para o lado à miséria, à guerra provocada por interesses obscuros, a dramas que nos entravam em casa pela televisão, mas que víamos como se de um filme ou uma série se tratasse… e aqui tão perto, já ali ao lado.
Eu tinha ficado marcado pelo passado e evoluído numa atividade que me permitiu conhecer gentes do mundo, contatar com outras culturas, mais ou menos atrasadas que a nossa, a ocidental, e, enquanto pude trabalhar à minha maneira tudo correu bem, quando tive que me integrar e respeitar regras com as quais não concordava, ser ‘politicamente correto’, não fui capaz… lamento.
Lamento e que me desculpem os meus filhos e quem mais possa ter magoado, mas o meu equilíbrio está dependente da Natureza deste planeta, do próprio equilíbrio da Terra.
Quero ver tudo, estar a par de tudo o que se passa, a minha sede de conhecimento e de acompanhar os acontecimentos é equivalente a alguém perdido no deserto.
Emociono-me quando vejo imagens do resultado de um atentado, imagens de uma guerra, crianças com armas na mão, crianças vítimas de subnutrição, terramotos, ‘tsunamis’, qualquer tipo de catástrofe natural ou provocada pelo homem, direta, ou, mesmo indiretamente.
Fico feliz ou sofro com situações que se passem comigo ou com entes queridos, intensamente, mas as minhas reações aos grandes acontecimentos são diferentes, amplificam-se, a Natureza é mais forte e eu dependo dela!
Como posso eu ser perfeito? Como pode alguém ser perfeito?
A beleza do ser humano é essa, a falta de perfeição, a nossa busca da perfeição, o que encontramos no caminho, os altos e baixos com que nos deparamos nessa demanda pela perfeição.
A Natureza é isso que nos tem querido ensinar, demonstrar, que nem sempre é bela, perfeita, também tem fúrias, também tem altos e baixos, como nós.
Mas tanto num caso como no outro costuma dar-nos descanso, ‘depois da tempestade, vem a bonança’, dias lindos, pacíficos, serenos, de paz, já assisti ao fenómeno, numa praia do Índico que mudou radicalmente, deixou de ser como era e ficou ainda mais bela.
Ao contrário do costume, desta vez, no Japão ficámos com uma dúvida, mas provocada pela mão do homem, as centrais nucleares, algumas construídas à mercê do mar, um mar propenso à formação de ‘tsunamis’. Nem o próprio homem que as concebeu sabe o que pode acontecer, o ‘suspense’ está no ar, a Natureza deixou-nos esse mistério demonstrando-nos que ele é um problema nosso e muito mais calamitoso e grave que o que antes aconteceu, pois um desastre nuclear poderá ter custos e prejuízos incalculáveis para o planeta.
Assim como a mim me deixou um problema para lidar e resolver, um desafio que eu tenho que enfrentar, no caso dos recentes Terramotos e ‘Tsunamis’ do Japão deixou uma situação ao homem para solucionar.
Nem no meu caso particular encontrarei solução, sozinho, pois terei sempre que recorrer a outras instâncias e não deixar morrer os meus sonhos, pois sei que não estou, efetivamente, só, também os países possuidores de centrais nucleares, pelo que aconteceu no Japão encerraram total e/ou parcialmente as suas como medida de precaução, querendo isto dizer que a Natureza colocou o Mundo de prevenção e o alertou para um erro antes cometido e para o qual muitos avisaram atempadamente mas a teimosia e interesses de outros falou mais alto.
Agora deveríamos tentar todos, em comum, chegar a uma solução que nos deixasse em pleno equilíbrio com a Natureza.
A bipolaridade existente no nosso planeta, refletida em tudo o que nos rodeia, assim como em nós próprios, Pólo Norte e seu contrário, o Pólo Sul, Oeste, Leste, yin, yang, positivo, negativo, necessita de equilíbrio constante.
No nosso caso, quando tal não acontece, recorremos a tratamentos e normalmente com alguma medicação a situação é controlável, a Natureza assim o permite, mas os casos noticiados de situações bizarras com a atuação de jovens ou adultos, multiplicam-se, nós próprios, atentem se não é verdade, temos atitudes estranhas, fora do habitual.
Fazemos parte de um todo e esse todo está declaradamente com a bipolaridade em total desequilíbrio, de alguns anos para cá os acontecimentos considerados catastróficos têm sido mais frequentes e violentos, terramotos, ‘tsunamis’, mineiros que são alvo de explosões em minas sem sistemas de segurança adequados, alguns que se conseguiram salvar por ‘milagre’, mas outros nem tanto, gente morta a tiro em estádios de futebol na América Latina, pessoas espezinhadas, mortas e feridas em debandadas para entrar num festival na Europa e na fuga de uma ponte em queda no Oriente…
E os homens que se começam a revoltar em nações tão inesperadas para que isso pudesse acontecer por falta de pão e liberdade, instabilidade social, política e económica no ocidente, após uma crise sem precedentes…
Será este desequilíbrio uma questão metafísica.
Estará a Natureza simplesmente a cumprir a sua missão e nós humanos demos o flanco e agora não temos como nos proteger?
Afinal que procuramos todos, seres imperfeitos?
Antes de mais, como podemos verificar, pelas situações que têm acontecido e que têm sido noticiadas, o 12 de Março já começou…
O Protesto da Geração À Rasca não é um movimento dum partido, de nenhum sindicato ou outro tipo de associação política ou religiosa ou seja do que for, é um movimento de TODOS E DE CADA UM!
Completamente apartidária e contra a classe política corrupta, mentirosa, excessivamente paga, que anda a ‘encher-se’ à conta do Povo!
Não há nenhum partido no leque do sistema político português que não tenha já prejudicado este país em nome de ideologias, pensamentos políticos ou através de personalidades obscuras!
Todos procuram servir-se do Estado e o Estado somos todos nós!
Os políticos têm e devem ser responsabilizados como qualquer cidadão no desempenho das suas funções!
O que vai acontecer no próprio dia na manifestação convocada pela ‘Geração à Rasca’ e seguida por inúmeros grupos formados no Facebook, assim como noutros pontos de encontro habituais, desde as próprias famílias, grupos de amigos mais restritos ou mais alargados, escolas, cafés, clubes ou associações de recreio, no fundo seguida pelas pessoas, individualmente, demonstrando que temos vontade própria quer como indivíduos, quer em grupo, em comunidade, isto é, como Povo como identidade particular, na verdadeira acepção da palavra, em 12 de Março ou os Portugueses vão demonstrar a sua indignação pela forma como têm estado a ser tratados, ou, vão mais uma vez mostrar que não passamos de um país de ‘Brandos Costumes’ à espera que D. Sebastião encontre faróis de nevoeiro no Norte de África, para voltar e liderar seja lá o que for e a que todos irão atrás, mais uma vez…
Importa não esquecer que o que está em questão nesta situação não é só o caso Português. O que está em questão são os regimes e os sistemas sócio económicos e políticos nos quais os países estão organizados.
Ao contrário do que alguns, não os extremistas como Mário Soares, Marcelo Rebelo de Sousa ou Miguel Sousa Tavares, que estão a defender o sistema que os alimenta com unhas e dentes, disparatadamente, não olhando a meios para atingir os fins, refiro os mais inteligentes, têm feito crer que isto tudo é uma questão isolada do que se passa no Mundo. Mas não é o caso.
O que se tem passado no Mundo é que proporcionou a este grupo de gente ‘o fartar vilanagem’ a que assistimos, com um descaramento, já de tal ordem, que se riem nas nossas caras, tirando-nos até a dignidade!
Porque é que só agora os meios de comunicação social, alguns, estão a noticiar e a elaborar reportagens/dossiês sobre a ‘Geração à Rasca’, será porque o fenómeno ganhou forma própria, por si mesmo, sem ‘media’ e agora eles são arrastados e obrigados a virem abordar o assunto, apresentar testemunhos, só agora é que descobriram?
Não, claro que não, já se aperceberam que esta mole humana que se está a começar a mover não é um grupinho de ‘palradores’, é coisa mais séria e há que dar-lhes atenção, há que tentar envolver o fenómeno e absorvê-lo para dentro do sistema.
A RTP, através do programa ‘Prós e Contras’ tentou ‘branquear’ e ‘alindar’ isto tudo, mas saiu o ‘tiro pela culatra’, aquele final traiçoeiro não escapou a ninguém, pois é meus senhores trata-se de ‘Geração à Rasca’ não é ‘Geração Parva’ como alguns de vocês, os que nunca sonharam ou desistiram de sonhar, gostam de lhes chamar! A canção, dos Deolinda, é que se intitula ‘Que Parva Que Eu Sou’!
O objetivo da última fase do poder instituído tem sido essa, absorver este movimento no sistema e esse poder, aparecer como paladino da Democracia e das Liberdades, mas enganam-se, vêm tarde, já quase ninguém acredita nestes políticos, nesta forma de estar…
A organização está a cair no ‘politicamente correto’, está a deixar-se manipular, foi tomada de assalto, ou ganhou receio de retaliações, no entanto aquilo que provocaram já os ultrapassou, já está na mão do Povo.
Mas não é só a política que está a provocar este descontentamento, é a forma de vida, é a injustiça social em que se vive, é o que a classe política tem feito, ou, antes não tem feito pelo país, mas em seu benefício próprio, é que já é demais.
Quem acha que é Qualidade de Vida levar quase duas horas para ir e voltar do trabalho, onde tudo o que ganha vai para impostos e não chega ao fim do mês, não poder estar com os filhos que fez com tanto amor e quer com tanto carinho, não ter vida própria, não poder ir de férias para lado nenhum, porque o subsídio de férias já não é um extra, faz parte do salário, está gasto logo no início do ano?
BASTA!
Não acredito que os Portugueses fiquem em casa!
Mas…
1 - Não vão passar de mais umas manifestações que irão ser noticiadas e debatidas nos dias seguintes até se esgotar o assunto, digladiando-se os seus apoiantes com os seus detratores, discutindo quantos participantes estiveram presentes, quantos milímetros estiveram ocupados, vindo alguns dos detratores, comentadores de TV encartados, políticos frustrados, dizer como se deveria ter feito e no final o resultado é que estas manifestações serão absorvidas pelo sistema, que aparecerá vestido com a sua fatiota ‘democrática’ e cheia de liberdades ‘para dar e vender’!
Será mais tipo uma jornada da Liga realizada ao Sábado com vários painéis… não, não vou cair na piada fácil… de discussão, assaz, ‘politicamente muito correta’!
2 – Vão ser manifestações esmagadoras, marcantes pela presença em massa dos Portugueses, com algumas quezílias aqui ou ali provocada por arruaceiros organizados por algumas J’s de partidos instalados, com uma ou outra intervenção policial para marcar o terreno e inspirar medo.
Mas a ideia é que este evento é pacífico, exclusivamente, e, por isso se tem falado muito de Mahatma Gandhi e Nelson Mandela, um pelo pacifismo na luta, na persistência, no amor para combater o ódio, o outro pelo perdão e pela união que conseguiu num país tão vasto, que estava em ferida e ao qual conseguiu imprimir uma dinâmica de paz entre os homens apesar de tudo o que ali se tinha passado.
Com estas molduras de massa humana tudo vai depender da vontade dos presentes, porque realmente há uma vontade muito pessoal intrínseca que se repercute no grupo e na multidão, que ganhará vontade própria consoante tudo for decorrendo.
Lembremo-nos que vai ali estar gente com as mais variadas preocupações, com a sua existência imediata ou com o futuro dos seus filhos, até por solidariedade, e, que lá está para protestar, mostrar a sua indignação, o seu repúdio por políticos corruptos, que os enganaram ao longo dos anos, que lhes pediram sacrifícios tantas vezes, que era para melhorar a vida e afinal estamos assim, e, eles, esses políticos é que estão bem de vida.
Esses que lhes prometeram mundos e fundos mas sempre fizeram o contrário, ‘afinal diz que o voto é que valia e me dava liberdade para escolher o que eu queria, mas isto não é nada, senhor!’.
Durante a tarde vão ficar a saber que os políticos que reduziram salários e pensões aos portugueses e disseram que iriam reduzir os próprios ganhos afinal acabaram por dar uma ‘cambalhota’, fizeram lá umas ‘contabilidades artísticas’ e aumentaram-se 5%, que há outros países em que os políticos não ganham tanto, nem têm tantas regalias e reformas com cá no nosso cantinho e que quando fazem asneira têm que se haver com a Justiça mas é a sério porque não têm isso da imunidade, quer dizer são como a gente, que as histórias que vêem na televisão e lêem nos jornais sobre os jovens desempregados e à procura de casa para começar a vida, assim como de famílias inteiras desempregadas são verdade, porque eles vão lá estar a contar, etc.
…E daqui das duas uma:
2.1 - Vai-se exigir de imediato a demissão deste governo e a formação de um governo de grande eficácia para gerir a situação de crise em que nos encontramos, reduções drásticas dos custos do aparelho do Estado, começando pelos salários dos políticos e lugares de cariz político em instituições e empresas que tenham intervenção estatal, diminuição e extinção do número de ministérios, direções gerais, instituições, comissões, grupos de trabalho que não servem para nada e não são necessários num país com a dimensão de Portugal, acusação formal e medidas de coação para políticos e empresários sob suspeita de atos ilícitos contra o Estado e/ou contra terceiros, com respetivo congelamento de bens, abertura de todos os processos encerrados que envolvam políticos, governantes e opositores, para investigação se necessário mais elementos, andamento acelerado de processos em ‘passo de caracol’, prisão efetiva de políticos condenados independentemente de estarem a cumprir qualquer mandato, assim como outras exigências consideradas de caráter urgente e de interesse nacional, com o objetivo de recuperar bens que deveriam estar em poder do Estado.
Ainda com outros ajustamentos como o de frotas automóveis e outras mordomias excêntricas que os políticos usufruem, vão aparecer montantes inesperados de euros que já ajudarão em muito no imediato.
Revisão dos últimos negócios da dívida efetuados pelo atual Governo, principalmente com especial atenção à situação da relação negocial com a China.
Reformulação integral do sistema sócio económico e político em que vivemos, passando a vigorar uma Democracia verdadeira, transparente e clara, responsabilizando os políticos que servem o país tanto no governo como na oposição, separação imediata da Política dos Tribunais, assim como do poder económico, e da comunicação social que deve ser verdadeiramente livre ou pelo menos tentar sê-lo, redução do número de deputados em conformidade com as necessidades do país.
O mais importante será que os eleitores, os Portugueses, conheçam os políticos, saibam onde estão, o que fazem, o que realmente tinham antes de exercer cargos, e, o que vão tendo e terão quando abandonarem os cargos, se o que possam ganhar entretanto seja devidamente justificado, porque o mérito e o bom trabalho deve ser reconhecido, tanto como o erro sistemático ou a corrupção devem ser punidos dentro da Lei, o contato entre os políticos e os eleitores deve ser promovido sempre que possível, os políticos devem explicar porque tomam determinadas decisões que muitas vezes prejudicam uma minoria mas que beneficiam uma comunidade, sendo que mais tarde essa minoria irá também usufruir dessa benesse.
Em traços gerais, seria assim…
Tudo isto iria colidir com uma necessidade social de melhor qualidade de vida para cada vez mais pessoas, não tendo por objetivo ganhar mais dinheiro, ter um carro mais novo que o vizinho, não ter uma casa mais assim ou ‘assado’, porque isso no fundo é o jogo deste sistema vigente para ir buscar impostos e taxas, ‘esmifrar’ o produto do trabalho árduo, sempre no ‘fio da navalha’ que se impôs de uma competição absurda, selvagem, que não deixa tempo para a maioria das pessoas pensarem, apreciarem o que há de belo neste Planeta, para se tornarem ‘novos escravos’ sem sentimentos, emoções, mas meros ‘instrumentos produtivos’ que vão interessando enquanto tal, porque quando deixam de o ser são postos de lado, abandonados, cada vez mais e mais…
Com os valores do Passado, evitando as asneiras do Presente, se constrói o Futuro!
2.2 – A avalanche será de tal ordem que as exigências vão bem mais longe como pedir a demissão, até mesmo, do Presidente da República e a revogação do regime em que vivemos para além do próprio sistema, seguindo a grande e enorme onda que avassala o Mundo, mudando não de forma extremista, mas radical, a situação sócio económica e política de Portugal.
Só com a ruptura total com o regime em vigor, tal como em 25 de Abril de 1974, será possível transformar Portugal num país justo, socialmente equilibrado, avançado, de vanguarda, de novo com valores e princípios básicos de sã convivência em comunidade, onde impere a verdadeira Liberdade, não uma espécie de ‘liberdade de carnaval’, respeito, consideração e orgulho de ser Português!
Porque temos um Presidente da República, sem praticamente poderes quase nenhuns, um Governo presidido por um Primeiro-ministro, esse sim com poder, neste momento ditado pelo ‘poder económico’, e, uma Assembleia da República com tantos deputados que nada fazem, mesmo os que lá aparecem e mesmo os que estão acordados ou não estão a ler ‘A Bola’?
Fora as Direções Gerais, instituições estatais para isto e para aquilo, empresas estatais disto e daquilo, empresas ainda com intervenção do estado só para haver uns lugarezinhos nas administrações e poderem-se realizar verdadeiras ‘jogadas de mestre’ para tentar controlar o que nunca deveria nem ser uma tentação, etc.
Porque falta uma ligação que deveria ser fortíssima entre o poder central e o poder local, assim como, das Câmaras Municipais com a Juntas de Freguesia, e, na maior parte das vezes isso acontece porque não são do mesmo partido ou pior, sendo do mesmo partido, não são da mesma corrente de ‘pensamento político’, leia-se ‘interesses económicos’ uns dos outros. Isto tem que acabar!
Todos os partidos seriam alvo de auditorias sérias e os que não estivessem a cumprir as leis vigentes deveriam ser extintos.
Quanto aos políticos reverto para o ponto 2.1.
O absurdo é que os Republicanos asseguram que o nosso país republicano é assim constituído, um Presidente, um Primeiro-ministro/Governo e Assembleia da República por tradição…
Mas qual tradição?
A República que todos saibamos foi implantada em Portugal em 05 de Outubro de 1910, em História isto significa praticamente …ontem!
Mas, então que tradição é esta? Só pode ser uma e dá-se o caso que esta tradição é inspirada na Monarquia, tal como a conhecíamos ultimamente em Portugal e a conhecemos atualmente na Europa!
Um Rei, um Primeiro-Ministro/Governo e um Parlamento…
Por isso, pode-se colocar a questão, nesse caso, porque não regressamos à Monarquia?
É lícito que os monárquicos o façam, porque não?
Mas, quanto a mim, isso era no fundo proporcionar uma certa continuidade ao que já temos, assim não haveria a tal ruptura que mencionei atrás.
Já aqui citei: Com os valores do Passado, evitando as asneiras do Presente, se constrói o Futuro!
Seria este o momento em que deveríamos olhar para os nossos antepassados Lusitanos, traçar um paralelismo com os sistemas sociais tribais que ainda hoje subsistem, verificar que os valores e princípios desses povos não se perderam, mantêm-se intocáveis, ver a forma como vivem politicamente e economicamente, transportar isso para a nossa realidade global, analisar a nossa dimensão e posição geográfica, a nossa diáspora, a nossa riqueza humana, natural e sociológica, com esses elementos, muitos já em nosso poder recolhidos por grandes mestres nas diversas matérias, será muito fácil chegar à conclusão do que necessitamos, sem gastar tanto do erário público, mas com eficácia.
Não necessitamos mais que um sistema conhecido por Presidencialista adaptado, podem chamar-lhe o que quiserem, com um Presidente eleito tal como o é hoje em dia, bem filtrado e impoluto, passando pelo crivo popular, tendo que prestar contas, tal como todos os políticos como refiro no ponto 2.1.
Esse Presidente ou o que lhe quiserem chamar teria uma pequena equipa, uma ‘task force’ e formaria governo de sua inteira responsabilidade.
Governo e Parlamento de acordo com o exposto no ponto 2.1.
Antes de chegar a esta situação deverá naturalmente haver uma transição, onde não devem participar políticos conotados com o presente status quo, sejam de que partidos forem, evitando-se assim o que se passa, por exemplo, na Tunísia, onde o Povo continua na rua, o mercado negro é o mercado que alimenta as pessoas, o mercado corrente, motivado pela presença de antigos ministros de Ben Ali no Governo desta fase transitória, estando o país parado num impasse que seria fatal no nosso caso.
O ideal seria que representantes dos diversos grupos que têm dinamizado este fenómeno, em número proporcional ao total de membros de cada grupo, constituam uma Comissão de Ação, que entre si, democraticamente, votarão as personalidades que iriam trabalhar com eles nas várias áreas de atividade que implicam a continuidade do funcionamento de Portugal!
Que fique bem vincado, este novo regime e sistema, deve privilegiar o social em primeiro lugar, o político e só depois o económico. Deverá iniciar um processo de transformação de mentalidades com o objetivo de fazer chegar às pessoas o interesse numa verdadeira Qualidade de Vida, o pouco interesse que o dinheiro tem nas nossas vidas, porque é por isso que o Mundo sofre, o país sofre, cada vez mais jovens têm doenças que só deveriam poder ser possível ter com mais vinte ou trinta anos mais!
Vivam a vida com as vossas famílias, com os vossos amigos e principalmente com os vossos filhos!
É para eles que temos que parar agora e deixar de ser uma espécie em extinção no Planeta Terra!
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