O mais atual debate é o de que os detentores de grandes fortunas contribuam substanciamente para a luta contra a crise.
Recordo que ainda antes da crise se ter revelado e chegado, já havia pobreza e fome no mundo, portanto havia uma crise, mas não era nossa, era dos outros, embora estivesse também localizada aqui no nosso país, sim… é verdade, como muitos devem recordar-se e os que realmente não sabiam, ficam a saber.
Nessa época Bill Gates e a sua mulher através de uma fundação que criaram, mas daquelas verdadeiras, edificadas com o dinheiro deles, não com o dinheiro dos contribuintes como é uso e costume por cá, o casal entrou numa senda de ajuda direta, mas apoiando e apoiando-se em organizações não governamentais, pelo mundo que foram percorrendo.
No segundo semestre de 2010, o mesmo Bill Gates anunciou ir doar 50% da sua fortuna, desafiando, conjuntamente com o famoso investidor Warren Buffet, um grupo de bilionários a fazer o mesmo, o que aconteceu.
Agora aparece na Europa este debate, depois de em vários países, ricos se terem oferecido para colaborar no combate à crise, tendo-se estendido mas por via política e portanto complicada, burocrática e que já se está a ver não ir a lado nenhum, nalguns países europeus, no fundo ter-se-ia que realizar um gesto natural, por decreto.
E mais se coloca a questão de que forma isso podería ser efetuado pois as declarações fiscais não são reais, nem próximas, assim como os extratos bancários e as contas das empresas estarem descapitalizadas, etc.
Assim, essa taxação deverá recair em mais valias de ganhos na Bolsa e outras formas ou terá que haver, o que seria espantoso, uma iniciativa dos próprios abdicando de parte do que nunca terão tempo de gastar, nem eles, nem os filhos, lembrando-se de uma expressão que muito aprecio que é a de se ‘aperceberem que o dinheiro não se come’ e que a economia e os seus dividendos ficarão estagnados se não tomarem eles, mesmo, medidas radicais.
Raras poderão ser as excepções, até porque esta crise foi criada por e para os sujeitos a que me refiro, sendo que aqui se prova, que bom e mau em todo o lado encontramos, pois numa análise simples, sem ser necessário ser economista que é o meu caso, quem tem lucrado com tudo isto são os próprios detentores de grandes capitais.
Por incrível que pareça para além de estarem a ter lucros, ainda têm sido os beneficiados em ajudas e subsídios estatais, quer a nível nacional, quer europeu, ao contrário dos comuns cidadãos que vêm reduzidas as suas receitas e aumentados os seus custos, por força de perderem o poder de compra pela estagnação e até redução de salários, assim como, do aumento de impostos e taxas, bens de primeira necessidade, que acabam por aumentar pela subida de custos de energia e combustiveis, para não falar dos desempregados.
Pior será com a aprovação inevitável das novas leis do trabalho que irão resultar em despedimentos selvagens assim que a lei esteja publicada, havendo aí mais uma possibilidade de encaixe financeiro para as grandes empresas que serão os subsídios e reduções de taxas e impostos às empresas que contratem esses trabalhadores no desemprego.
Esta crise, para quem tenha dinheiro é um excelente negócio e esse é o motivo de não ser tão dramática como isso, que se recorra às grandes fortunas para combater a dita cuja.
Assim, após os primeiros impulsos de repulsa, logo se esfumarão e ‘siga a crise’…
Mas o princípio, o fato de os grandes detentores de fortunas comparticiparem com a justa quota parte para debelar a situação, baixarem à terra, poderá criar uma nova fase na vida das nossas sociedades, já que noutras ocasiões nem disso se falou.
Talvez se comece a perceber que as diferenças tão desniveladas de estar na vida não são boas para o equilíbrio natural do Planeta, tal como os outros equilíbrios necessários de manter para que se consiga vencer, não só ‘isso da crise’, mas o grande combate da sobrevivência.
Pode ser uma pequena luz ao fundo do túnel…
Há quem pense arduamente que tem o exclusivo da vida, assim como se fosse uma marca de moda, de preferência cara, com roupa, sapatos, malas, perfumes e todos os acessórios incluídos.
Conforme os anos vão passando, como qualquer pessoa, no percurso vão aparecendo escolhos, para uns mais terríveis que para outros, agruras de toda e qualquer espécie, que nos vão moldando a personalidade, que vem sendo formada já de há muito… não cabe aqui o debate se é ou não já uma questão genética e depois com interferência ambiental, ou seja, o que for, não se trata disso.
Pura e simplesmente, e, creio que isso é pacífico que sim a personalidade é transformada ao longo da vida, marcada pelos acontecimentos bons, menos bons, péssimos e menos maus, no fundo por tudo o que nos vai acontecendo, por vezes por situações de que nem damos conta.
A capacidade de sofrimento ou de viver a felicidade de cada um não é igual e essa é uma das belezas do ser humano, não sermos todos iguais.
O fato de sofrermos mais intensamente ou mais vezes, ou, de termos sido felizes da mesma forma, não nos dá o direito de nos considerarmos superiores aos outros, os sofrimentos não se medem… aos palmos, tal como a felicidade.
Há gente que passa a chamar a si uma exclusividade da vida, como se fossem seres especiais, perdendo e confundindo o que é humildade, passando a viver como se o mundo girasse só à sua volta, esquecendo que há outros que também sofreram, sofrem e podem vir a sofrer, ou, foram felizes, são felizes ou poderão a ser felizes.
Isto não permite qualquer sobranceria e falta de respeito em relação aos outros… os outros, enfim, os tais outros que também levam o seu quinhão de felicidade e sofrimento, que estão em pé de igualdade, não são ‘uns quaisquer’ que sabem lá o valor da vida…
Tudo… a todos pode acontecer.
Isto é a vida e não dá exclusividade a ninguém.
Como é possível viver a medir e comparar constantemente a dor, o sofrimento, a tristeza ou a felicidade, ou, até a inteligência e a capacidade de amar e de ser amado?
“Não são as espécies mais fortes nem
As mais inteligentes que sobrevivem,
Mas sim aquelas que melhor
Respondem às mudanças”
Charles Darwin
Estas pessoas que pensam ter o exclusivo do sofrimento chegam a duvidar de que algo de bom lhes possa acontecer, colocam tudo em questão, já não acreditam em nada, nem se apercebem do que podem provocar à sua volta, mas a vida é feita de altos e baixos, por isso também os que pensam ter o exclusivo da felicidade estejam atentos porque podem ser surpreendidos.
Sobrepõe-se a falta de noção do absurdo, o oito e o oitenta, a mania da perseguição, acham que nada nem ninguém quer saber, nem se pode estar a preocupar com eles, porque isso é impossível, isso é o seu papel… isso e tomar decisões também pelos outros que são uns pobres de espírito!
Tudo o que leem, veem e ouvem lhes diz respeito a eles, até os acontecimentos mais vagos, mais longínquos, tal é a certeza de que são o centro do universo, que nada, nem ninguém mais tem uma existência tão marcada como eles os detentores do ‘exclusivo’.
Viver a vida é isso mesmo, amar, recordar, ser feliz, sofrer, tentando sempre estar bem, não ser fatalista, lutar por dias melhores, acreditar que é possível concretizar o que sonhamos de bom para nós!
Olhar em redor, ver os outros, estar com os outros, deixar-nos ir com a vontade da Natureza, respirar fundo, tentar aliviar o sofrimento com que temos que lidar, não importa se é muito ou pouco, saber conviver com a felicidade que pode ser mesmo tão ou mais difícil…
Nada, nem ninguém tem o exclusivo da vida!
Vivam-na o melhor que puderem, mas façam-no!
Em 1959 era inaugurado o Metro em Lisboa… mas… onde é que eu já ouvi isto?
Hhhuuummm… bom, também nasceu, entre outros, o grande Fernando Chalana, o não menos ‘loco’ John McEnroe e um desfile de astros da música, por exemplo, como Sade, Lenine, Morrissey, Suzanne Vega, Bryan Adams e o espacial Michael Jackson, assim como os atores Kevin Spacey e Val Kilmer.
Nesse ano em que o cinema aparecia com a inovação da exibição em 70 mm obrigando as salas a adaptarem-se aumentando de dimensões, Hollywood deu-nos pérolas como ‘Ben-Hur’ de William Wyler com Charlton Heston, ‘Rio Bravo’ de Howard Hawks com John Wayne e ‘Porgy and Bessy’ de Otto Perminger com Sidney Poitier e Sammy Davies Jr, entre tantos outros filmes de enorme nomeada, não estando nessa altura o cinema europeu também tão mal servido como isso apresentando-se Alain Renais com o seu ‘Hiroshima mon amour’.
Entretanto, também nasce a Barbie… que ainda hoje é a mais famosa das bonecas.
E era assim, através de Barbies e outros sonhos americanos que o mundo ocidental procurava atingir uma sociedade perfeitinha onde todos se portassem bem e não incomodassem muito.
Do outro lado do planeta nem todos pensavam assim e vai daí óspois as coisas não correram como era esperado.
Na música reinava, naturalmente, o Rei, Elvis Presley, mas paralelamente e que já vinha de trás havia um som que havia de começar a ouvir-se fora dos ‘ghetos’ habituais, além do Jazz, estou a referir-me aos Blues a Muddy Waters e depois B.B. King.
Waters abriu a porta a Chuck Berry e nada mais foi como antes…
Ainda jovens, em início de carreira, mas já com grandes sucessos que ainda perduram morrem Buddy Holly e Ritchie Vallens.
O Jazz perde nesse ano uma das suas maiores intérpretes de sempre, Billie Holiday.
A música Soul cimentava-se com a criação da Motown e os brancos começaram a ouvir o ‘Black Sound’.
Estes foram os primeiros passos para o ‘big boom’, um ano depois, em que aparecem The Beatles e todas aquelas bandas e movimentos anglo-saxónicos que acabaram por mudar o mundo, o que está a acontecer agora, hoje, e que há ainda pessoas, cidadãos que nem repararam…
A revolução, essencialmente, social estava lá, a político-económica viria em conjunto!
Tanto lá como por cá iam-se preparando as guerras de guerrilha fora de portas, tendo sido em 1959 que foi editada a Diretiva do estado-Maior do exército pronunciando já a intervenção militar nas provincias ultramarinas onde, nalgumas regiões, se começava a sentir alguma tensão.
Revolução, revolução mesmo, começou a de Cuba, nesse ano Fidel Castro, seu irmão, Che Guevara e os companheiros tomam o poder e dão início a uma caminhada que durou mais que qualquer pessoa pudesse supor, cingindo-me ao fato e sem tecer neste caso qualquer opinião que aqui e
de momento não cabe.
Mas afinal o que eu pretendia era mesmo escrever uma pequena estória autobiográfica para o planeta de artes e comunicação para me dar a conhecer um pouco, o que me influenciou, o que determinou em mim certas formas de ser e estar, no fundo o que me levou a viver da maneira que vivo, porque o mundo que nos rodeia é demasiado importante para a formação da nossa personalidade, isto se nós quisermos e deixarmos…
Vamos lá tentar…
A coisa não foi fácil, não pensem!
Para já chegámos à Maternidade Afredo da Costa e não deixaram a minha Mãe entrar para eu nascer… tão a ver logo ali, ainda não tinha nascido e já estava com um problema com o poder instituído, como o sistema, neste caso o de Saúde e não só.
O regime não queria que eu nascesse?
Então, porque é que eu não hei-de ser assim sempre do contra?
Vai daí, por Obra e Graça do Espírito Santo e do motorista do táxi que transportava o meu Pai, a minha Mãe e eu, ele desconfiado decidiu que íamos era para outro hospital.
Agora reparem, eu em qualquer sítio sempre tenho uma certa empatia com os motoristas de táxi, sempre grandes conversas e isto e aquilo, e, assim também vou conhecendo mais alguma coisita.
Levou-nos então ao Hospital de Santa Maria… enorme!!! Moderno!!! 4 500 portas e 5 400 janelas, as coisas que eu sei… só o edifício principal que era o que existia!!! Um Luxo!!! Para eu nascer, só podia!
Lá me ficou esta mania das coisas boas…
Mal nasci, tumba! Levei logo, uma enfermeira BCM*, truca dois açoites, um médico a gritar não sei o quê, e, pôs-me logo a chorar!
Quer-se dizer, venho cá para fora com uma BCM* daquelas à frente e querem que eu fique quieto com as mãozinhas?
E sabia lá eu que o médico era o marido! Eu até sou contra um casal a trabalhar no mesmo local!
Digam-me lá se isto não ajuda a determinar a personalidade de uma pessoa?
Realmente só poderia ter nascido num ano como 1959 no auge de um tempo de mudança, tal como o que vivo neste
momento, por isso tenho essa saudade do Futuro!
Nota *: BCM – Boa Comó Milho
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Same Old Blues - Eric Clapton, Mark Knopfler & Phil Collins