Segunda-feira, 8 de Agosto de 2011

ISTO ERA PARA SER UMA PEQUENA AUTOBIOGRAFIA

Em 1959 era inaugurado o Metro em Lisboa… mas… onde é que eu já ouvi isto?

Hhhuuummm… bom, também nasceu, entre outros, o grande Fernando Chalana, o não menos ‘loco’ John McEnroe e um desfile de astros da música, por exemplo, como Sade, Lenine, Morrissey, Suzanne Vega, Bryan Adams e o espacial Michael Jackson, assim como os atores Kevin Spacey e Val Kilmer.

Nesse ano em que o cinema aparecia com a inovação da exibição em 70 mm obrigando as salas a adaptarem-se aumentando de dimensões, Hollywood deu-nos pérolas como ‘Ben-Hur’ de William Wyler com Charlton Heston, ‘Rio Bravo’ de Howard Hawks com John Wayne e ‘Porgy and Bessy’ de Otto Perminger com Sidney Poitier e Sammy Davies Jr, entre tantos outros filmes de enorme nomeada, não estando nessa altura o cinema europeu também tão mal servido como isso apresentando-se Alain Renais com o seu ‘Hiroshima mon amour’.

Entretanto, também nasce a Barbie… que ainda hoje é a mais famosa das bonecas.

E era assim, através de Barbies e outros sonhos americanos que o mundo ocidental procurava atingir uma sociedade perfeitinha onde todos se portassem bem e não incomodassem muito.

Do outro lado do planeta nem todos pensavam assim e vai daí óspois as coisas não correram como era esperado.

Na música reinava, naturalmente, o Rei, Elvis Presley, mas paralelamente e que já vinha de trás havia um som que havia de começar a ouvir-se fora dos ‘ghetos’ habituais, além do Jazz, estou a referir-me aos Blues a Muddy Waters e depois B.B. King.

Waters abriu a porta a Chuck Berry e nada mais foi como antes…

Ainda jovens, em início de carreira, mas já com grandes sucessos que ainda perduram morrem Buddy Holly e Ritchie Vallens.

O Jazz perde nesse ano uma das suas maiores intérpretes de sempre, Billie Holiday.  

A música Soul cimentava-se com a criação da Motown e os brancos começaram a ouvir o ‘Black Sound’.

Estes foram os primeiros passos para o ‘big boom’, um ano depois, em que aparecem The Beatles e todas aquelas bandas e movimentos anglo-saxónicos que acabaram por mudar o mundo, o que está a acontecer agora, hoje, e que há ainda pessoas, cidadãos que nem repararam…

A revolução, essencialmente, social estava lá, a político-económica viria em conjunto!

Tanto lá como por cá iam-se preparando as guerras de guerrilha fora de portas, tendo sido em 1959 que foi editada a Diretiva do estado-Maior do exército pronunciando já a intervenção militar nas provincias ultramarinas onde, nalgumas regiões, se começava a sentir alguma tensão.

Revolução, revolução mesmo, começou a de Cuba, nesse ano Fidel Castro, seu irmão, Che Guevara e os companheiros tomam o poder e dão início a uma caminhada que durou mais que qualquer pessoa pudesse supor, cingindo-me ao fato e sem tecer neste caso qualquer opinião que aqui e
de momento não cabe.

Mas afinal o que eu pretendia era mesmo escrever uma pequena estória autobiográfica para o planeta de artes e comunicação para me dar a conhecer um pouco, o que me influenciou, o que determinou em mim certas formas de ser e estar, no fundo o que me levou a viver da maneira que vivo, porque o mundo que nos rodeia é demasiado importante para a formação da nossa personalidade, isto se nós quisermos e deixarmos…

Vamos lá tentar…

A coisa não foi fácil, não pensem!

Para já chegámos à Maternidade Afredo da Costa e não deixaram a minha Mãe entrar para eu nascer… tão a ver logo ali, ainda não tinha nascido e já estava com um problema com o poder instituído, como o sistema, neste caso o de Saúde e não só.

O regime não queria que eu nascesse?
Então, porque é que eu não hei-de ser assim sempre do contra?

Vai daí, por Obra e Graça do Espírito Santo e do motorista do táxi que transportava o meu Pai, a minha Mãe e eu, ele desconfiado decidiu que íamos era para outro hospital.

Agora reparem, eu em qualquer sítio sempre tenho uma certa empatia com os motoristas de táxi, sempre grandes conversas e isto e aquilo, e, assim também vou conhecendo mais alguma coisita.

Levou-nos então ao Hospital de Santa Maria… enorme!!! Moderno!!! 4 500 portas e 5 400 janelas, as coisas que eu sei… só o edifício principal que era o que existia!!! Um Luxo!!! Para eu nascer, só podia!

Lá me ficou esta mania das coisas boas…

Mal nasci, tumba! Levei logo, uma enfermeira BCM*, truca dois açoites, um médico a gritar não sei o quê, e, pôs-me logo a chorar!

Quer-se dizer, venho cá para fora com uma BCM* daquelas à frente e querem que eu fique quieto com as mãozinhas?

E sabia lá eu que o médico era o marido! Eu até sou contra um casal a trabalhar no mesmo local!

Digam-me lá se isto não ajuda a determinar a personalidade de uma pessoa?

Realmente só poderia ter nascido num ano como 1959 no auge de um tempo de mudança, tal como o que vivo neste
momento, por isso tenho essa saudade do Futuro!

 

Nota *: BCM – Boa Comó Milho

sinto-me: autobiografado!
tou a curtir: Born To Be Wild and Easy Rider. Steppenwolf
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publicado por FV às 16:34
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